Copom reduz taxa de juro para 12,25% ao ano
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil decidiu reduzir as taxas básicas de juros da economia brasileira em 0,50 pontos percentuais (p.p.). A meta para a taxa Selic passa agora a ser de 12,25% a.a. No comunicado, divulgado na quarta-feira, dia 1º de novembro, o Comitê ressalta que o ambiente externo se tornou ainda mais desafiador nas últimas semanas. A forte elevação das taxas de juros para prazos mais longos nos Estados Unidos, a eclosão de novos conflitos geopolíticos e a persistência de núcleos de inflação ainda elevados adicionam incertezas para a condução da política monetária brasileira.
No cenário doméstico, o Copom destaca que já se observam sinais de desaceleração da atividade econômica, em linha com o projetado pelo Comitê. A trajetória do processo de desinflação se mantém contínua, e os indicadores dos índices de inflação se mostram adequados ao processo desinflacionário. Apesar disso, os núcleos de inflação ao consumidor e o índice cheio se mantêm acima da meta de inflação.
Em torno dos riscos para a inflação no horizonte relevante para a condução da política monetária, o comitê ressalta os seguintes riscos: pressões inflacionárias globais adicionais e inflação de serviços mais persistente, tendo em vista um mercado de trabalho mais resiliente. Entre os riscos de baixa estão uma desaceleração da atividade econômica e um impacto mais forte do que o projetado sobre o processo de inflação global. Além disso, no caso brasileiro, declarações sobre a condução da política fiscal nas últimas semanas ensejaram algum grau de preocupação sobre as expectativas de inflação e sobre a condução da política monetária.
O Comitê mostrou sinalizações em torno dos próximos passos sobre o ritmo de cortes das taxas de juros, que parecem não acelerar e nem reduzir o ritmo. Para a próxima reunião, o compromisso é que o Comitê reduza mais uma vez a taxa em 0,50 p.p. e a taxa de juros básica encerre o ano em 11,75% a.a.. As sinalizações no comunicado demonstram também que o ritmo de cortes deve manter-se nas primeiras reuniões do Comitê no próximo ano. Atualmente, as expectativas do Focus apontam para uma Selic de 9,25% a.a. no fim de 2024, mas diante de tamanha incerteza tanto no ambiente externo quanto interno, não seria surpreendente que a redução da Selic ficasse em nível mais alto do que o atualmente projetado.