January 30, 2025

Depois de fechar 2024 com forte expansão, crédito do SFN deve desacelerar à frente

Depois de fechar 2024 com forte expansão, crédito do SFN deve desacelerar à frente

Em dezembro de 2024, o estoque total de crédito (incluindo recursos livres e direcionados) do Sistema Financeiro Nacional (SFN) em termos nominais variou 1,4% em relação ao mês anterior. Esse resultado decorre da alta de 1,7% no saldo de crédito com recursos livres – tipo de crédito que tem taxas negociadas diretamente entre banco e os tomadores, que corresponde a 58,3% do saldo total de crédito no SFN – e de 0,9% no saldo dos recursos direcionados – que tem taxas e destinação regulamentadas e responde por 41,7% do saldo total de crédito.

Com o resultado, a expansão nominal do saldo em 2024 foi de 10,9% (10,6% nos recursos livres e 11,4% nos recursos direcionados), maior que os 5,6% registrados em 2023.

Quanto às novas concessões de empréstimos, houve um recuo de 0,2% em dez/24 em relação a novembro, na série com ajuste sazonal. Em termos de taxas de juros, a média foi de 40,8%, sendo 22,1% para as pessoas jurídicas e 53,0% para as pessoas físicas.   Esse valor foi um pouco abaixo do registrado em novembro de 2024 (40,9%), mas superior ao de dezembro de 2023 (40,6%).

Na comparação interanual, a taxa das pessoas jurídicas aumentou (de 21,1% a.a. em dezembro de 2023 para 22,1% em dezembro de 2024), enquanto a taxa das pessoas físicas diminuiu (de 53,9% a.a. em dezembro de 2023 para 53,0% em dezembro de 24). Em relação à inadimplência em operações com recursos livres, a taxa foi de 4,1%, apresentando queda em comparação a novembro de 2024 (4,3%) e a dezembro de 2023 (4,5%).

Para as pessoas jurídicas, a taxa foi de 2,5%, também inferior aos valores de novembro (2,8%) e de dezembro de 2023 (3,1%). Para as pessoas físicas, a taxa de inadimplência foi de 5,3%, ficando abaixo de dezembro de 2023 (5,6%) e igual a de novembro de 2024 (5,3%).

Os dados de dezembro mostram que, apesar do avanço no saldo de crédito do SFN, houve um recuo nas concessões em relação ao mês anterior. Ainda assim, os resultados em relação a dezembro do ano passado e no acumulado em 12 meses capturam uma dinâmica que, apesar de certa acomodação na ponta, traduz um ano de forte expansão do crédito, em linha com uma resposta da demanda por empréstimos ao ciclo de afrouxamento monetário anterior, interrompido em maio de 2024 com a Selic em 10,5%. Para 2025, no entanto, a desaceleração deve ficar evidente à medida que se maturam os efeitos do ciclo atual de elevação da Selic, que segue em curso e deve levar a taxa para um patamar bastante restritivo diante de um cenário de inflação pressionado e expectativas desancoradas.

Elaboração: Assessoria Econômica / Fecomércio-RS

Fonte: Fecomércio-RS

Compartilhe essa publicação