INPC registra variação de 0,00% em janeiro de 2025

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que acompanha a variação dos preços da cesta de consumo de famílias com renda mensal entre 1 e 5 salários mínimos, registrou variação de 0,00% em janeiro de 2025. Este resultado é inferior ao observado em dezembro de 2024 (0,48%) e em janeiro de 2024 (0,57%). Com isso, a variação acumulada dos últimos 12 meses desacelerou para 4,17%.
Entre os nove grupos analisados, três se destacaram. No lado altista, os grupos Alimentação e Bebidas (0,99%; 0,24 p.p.) e Transportes (1,13%; 0,22 p.p.) foram os mais relevantes. No caso de Alimentação e Bebidas, os aumentos nos preços do tomate (21,35%; 0,05 p.p.) e do café (8,48%; 0,05 p.p.) tiveram grande impacto. Já em transportes, o principal responsável foi a alta nos preços do ônibus urbano (3,85%; 0,08 p.p.) e da gasolina (0,5%; 0,02 p.p.). No lado baixista, o grupo Habitação (-3,46%; -0,59 p.p.) se destacou, especialmente devido ao desconto nas contas de energia elétrica residencial (-14,43%; -0,69 p.p.) pela aplicação do Bônus da Itaipu. Entre os demais grupos, depois de Saúde e cuidados pessoais (0,78%; 0,09 p.p.) e Despesas Pessoais (0,49%; 0,04 p.p.), os impactos variaram entre -0,01 p.p. e 0,01 p.p.

O resultado de janeiro (0,00%) ficou em linha com a nossa projeção (-0,02%), confirmando as expectativas e os movimentos antecipados. Cabe destacar que o alívio observado no mês foi derivado da aplicação do Bônus da Itaipu. Sem a redução nos preços da energia elétrica, a variação de janeiro ficaria em torno de 0,69%. Em fevereiro, espera-se um efeito oposto ao observado em janeiro, com o retorno dos preços da energia elétrica aos níveis habituais, sem o desconto do bônus. Isso deverá resultar em um aumento significativo nas contas de luz, com impacto projetado de 0,76 p.p. no índice geral. Além disso, o reajuste nas alíquotas ad rem de ICMS sobre combustíveis deve intensificar ainda mais a pressão altista, contribuindo com cerca de 0,15 p.p. no INPC do mês.
Cabe destacar que fevereiro também contará com ajustes sazonais, como os aumentos nas mensalidades de educação. Esses fatores combinados resultam em um índice elevado para o mês, com nossa projeção indicando uma variação de 1,42%. Para o final de 2025, revisamos nossa projeção de inflação para 5,40%, refletindo pressões inflacionárias em diversas frentes. A expectativa é de que os preços dos alimentos se mantenham elevados, com pressões adicionais em itens específicos, como o café. As incertezas em relação ao câmbio, que segue desvalorizado apesar da recente valorização, em um cenário de atividade econômica ainda sustentada, com demanda aquecida, mantêm o risco do maior repasse de custos, principalmente para bens industriais.
Além disso, o mercado de trabalho apertado deve continuar a exercer pressão sobre os preços de serviços, sobretudo enquanto não maturam os efeitos da política monetária mais restritiva – que devem provocar desaceleração esperada da economia sobretudo no segundo semestre. Ressaltamos que seguimos monitorando os fatores que podem impactar nossas projeções, com o compromisso de atualizar continuamente nosso cenário à medida que novos indicadores sejam divulgados e pelo acompanhamento de dados de alta frequência.
Fonte: Fecomércio-RS