INPC registra variação de 0,51% em março de 2025

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que acompanha a variação dos preços da cesta de consumo de famílias com renda mensal entre 1 e 5 salários-mínimos, registrou variação de 0,51% em março de 2025. Este resultado é inferior ao observado em fevereiro de 2025 (1,48%) e superior ao de março de 2024 (0,19%). Com isso, a variação acumulada dos últimos 12 meses acelerou para 5,20% e no ano ficou em 2,00%.
Entre os nove grupos analisados, o destaque foi Alimentação e Bebidas, que registrou a maior variação (1,08%) e o maior impacto no índice geral (0,27 p.p.). Esse resultado foi impulsionado principalmente pelos aumentos nos preços do café moído (8,29%; 0,06 p.p.), do tomate (18,79%; 0,05 p.p.), do ovo de galinha (12,46%; 0,04 p.p.) e do leite longa vida (2,98%; 0,03 p.p.). Os demais grupos apresentaram impactos menores, entre 0,05 p.p. dos grupos Transportes, Saúde e Cuidados Pessoais e Despesas Pessoais, e 0,00 p.p. do grupo Educação.
O resultado de março (0,51%) veio levemente abaixo da nossa projeção (0,55%), confirmando as expectativas e os movimentos já antecipados. Em Alimentação e Bebidas, principal contribuição do mês, projetamos 0,27 p.p., o que foi confirmado pelo índice. Já nos grupos Transporte e Saúde e Cuidados Pessoais, esperávamos pressões um pouco mais intensas (0,09 p.p. cada), e o índice registrou impactos ligeiramente menores, de 0,05 p.p. em ambos os casos. Para abril, espera-se a continuidade das pressões inflacionárias, sobretudo em Alimentação e Bebidas, com pressões maiores em itens específicos como o café, e em Saúde e Cuidados Pessoais, pelo reajuste médio de 3,83% nos preços de medicamentos em vigor desde 1º de abril. Com isto, a nossa projeção indica uma variação de 0,46% para o índice cheio no mês.

A projeção para a inflação ao final de 2025 se manteve em 5,54%, em função do atual ambiente de incertezas e pressões inflacionárias. No cenário externo, a atual guerra comercial em curso e seus desdobramentos contribuem para a elevação da volatilidade. No âmbito doméstico, persistem preocupações relacionadas à trajetória fiscal e à ausência de indicações mais precisas quanto à magnitude dos próximos passos e ao nível terminal do ciclo de alta da taxa de juros. Em relação às pressões sobre os preços, diferentes fatores continuam a exercer influência. O mercado de trabalho segue pressionado, o que, aliado às transferências de recursos por parte do governo, tem contribuído para a sustentação da demanda e para a elevação dos preços de serviços. Adicionalmente, a taxa de câmbio, em patamar elevado e com alta volatilidade, tem pressionado os custos, em especial no setor industrial. No grupo de alimentos, observa-se pressão adicional sobre itens específicos, como o café. Ressaltamos que seguimos monitorando os fatores que podem impactar as nossas projeções, com o compromisso de atualizar continuamente nosso cenário à medida que novos indicadores sejam divulgados e pelo acompanhamento de dados de alta frequência.
Fonte: Fecomércio-RS