March 13, 2025

IPCA registra 1,31% em fevereiro de 2025

IPCA registra 1,31% em fevereiro de 2025

O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) calculado pelo IBGE registrou uma variação de 1,31% em fevereiro de 2025, resultado superior ao observado em janeiro de 2025 (0,16%) e em fevereiro de 2024 (0,83%). A inflação acumulada nos últimos 12 meses acelerou para 5,06%. A Região Metropolitana de Porto Alegre (RMPA) registrou 1,29% no IPCA em fevereiro de 2025, acelerando no acumulado em 12 meses para 4,20%, abaixo da média nacional.

No IPCA do Brasil, quatro grupos se destacaram no mês. O maior aumento ocorreu no grupo Habitação (4,44%; 0,65 p.p.), derivado do retorno à normalidade dos preços de energia elétrica (16,80%; 0,56 p.p.) após a aplicação do Bônus da Itaipu no mês anterior. Em seguida, destaca-se o grupo Educação (4,70%; 0,28 p.p.), com reajustes nos cursos regulares (5,69%; 0,25 p.p.). O grupo de Alimentação e Bebidas (0,70%; 0,15 p.p.) foi influenciado pela alta do café (10,77%; 0,06 p.p.) e do ovo de galinha (15,39%; 0,04 p.p.). Já no grupo Transportes (0,61%; 0,13 p.p.) observamos dois movimentos opostos: enquanto o preço da gasolina foi responsável por grande parte da alta do grupo (2,78%; 0,14 p.p.), os preços das passagens aéreas (-20,46%; -0,16 p.p.) recuaram. Os demais grupos apresentaram impactos menores, variando entre 0,00 p.p. em Vestuário e 0,07 p.p. em Saúde e Cuidados Pessoais.

Do ponto de vista qualitativo, embora o índice de difusão tenha reduzido para 60,7% em fevereiro de 2025 (ante 65,0% em janeiro de 2025), quando se retira os alimentos do cálculo, a difusão registra aumento, passando de 59,8% para 65,07% no mesmo período. Em relação à inflação de serviços, houve aceleração na margem (de 0,78% em janeiro de 2025 para 0,82% em fevereiro de 2025) e desaceleração no acumulado em 12 meses (de 5,54% em janeiro de 2025 para 5,29% em fevereiro de 2025). Já os serviços subjacentes aceleraram no acumulado em 12 meses de 5,91% em janeiro de 2025 para 6,23% em fevereiro de 2025. Quanto à média dos cinco núcleos de inflação acompanhados pelo Banco Central, observou-se uma leve desaceleração na margem (de 0,61% em janeiro de 2025 para 0,60% em fevereiro de 2025) mas com aceleração no acumulado em 12 meses (de 4,54% em janeiro de 2025 para 4,64% em fevereiro de 2025).

O IPCA de fevereiro apresentou uma aceleração relevante no índice cheio, atingindo o maior valor para o mês em 22 anos. Este resultado, já esperado, foi influenciado por alguns fatores pontuais. Além da sazonalidade do período, com os reajustes na educação, tivemos o retorno à normalidade dos preços de energia elétrica após a implementação do Bônus da Itaipu no mês anterior e a entrada em vigor das novas alíquotas ad rem de ICMS sobre combustíveis. Na análise dos dados qualitativos, por sua vez, também surgem indícios de uma inflação que segue persistente, com difusão elevada, superior à média de 2024 (57,7%), e aceleração dos serviços subjacentes, bem como dos núcleos de inflação no acumulado em 12 meses.

Com o resultado de fevereiro, a inflação acumulada em 12 meses segue acima do limite superior da meta de 4,50%. Cabe destacar que estamos em um cenário de grandes incertezas, tantos externas, sobretudo em relação aos desdobramentos das políticas econômicas nos EUA, quanto internas, principalmente pela questão fiscal. Além disso, há fontes de pressão provenientes de diversas fontes, com um mercado de trabalho ainda apertado, um câmbio alto e preços de alimentos elevados, com aumentos expressivos em itens específicos, como o café. Neste contexto, a presente dinâmica da inflação, somada às expectativas desancoradas, exige uma política monetária ainda mais contracionista, o que deve resultar em juros maiores e elevados por mais tempo. Na próxima reunião, espera-se a confirmação do aumento de 1,0 p.p. na Selic, conforme sinalizado na última ata do COPOM.

Fonte: Fecomércio-RS

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