Taxa de Desocupação cai novamente e atinge 6,4% no país
Conforme a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), do IBGE, a taxa de desocupação média brasileira foi de 6,4% no trimestre encerrado em setembro de 2024. A taxa foi a segunda menor desde o início da série histórica da PNAD em 2012, ficando maior apenas que a taxa do trimestre encerrado em dezembro de 2013. No mesmo trimestre de 2023, a taxa era de 7,7%.
Em relação ao trimestre anterior (encerrado em junho de 2024), quando a taxa foi de 6,9%, também houve queda da taxa de desocupação. A taxa de desocupação caiu motivada pelo aumento de ocupados na força de trabalho e pela queda de desocupados. O contingente de desocupados totalizou 7,0 milhões de indivíduos – o que representou uma variação de -7,2% em relação ao trimestre encerrado em junho de 2024 e uma redução de 15,8% em relação ao trimestre encerrado em setembro de 2023. Esta é a menor população desocupada desde o trimestre encerrado em janeiro de 2015. A população ocupada, por sua vez, foi estimada em 103,0 milhões de trabalhadores, ocasionando uma variação de 1,2% em relação ao trimestre encerrado em jun/24, e estabelecendo um novo pico histórico. Na comparação com o trimestre encerrado em setembro de 2023, houve aumento de 3,2%. A taxa de subutilização caiu novamente, alcançando 15,7% e totalizando 18,2 milhões de pessoas subutilizadas (a menor desde o trimestre encerrado em junho de 2015). A população desalentada reduziu 11,3% na comparação anual, chegando ao menor contingente desde o trimestre encerrado em maio de 2016. Atualmente há 3,1 milhões de pessoas desalentadas no país. A taxa de informalidade também reduziu passando de 39,1% no mesmo trimestre de 2023 para 38,8% no trimestre encerrado em setembro de 2024. No trimestre encerrado em junho de 2024, ela estada em 38,6%.
A taxa de participação foi de 62,4%, mostrando-se superior à verificada no mesmo trimestre do ano anterior e também em relação ao trimestre encerrado em junho de 2024. Todavia, na comparação ao pré-pandemia, considerando o trimestre equivalente, isto é, o encerrado em setembro de 2019 (63,8%), a taxa de participação se apresenta significativamente menor. Considerando a taxa de participação de 63,8%, a taxa de desocupação seria de 8,5%, maior do que os 6,4% registrado atualmente.
O rendimento real médio das pessoas ocupadas foi de R$ 3.227 no trimestre encerrado em setembro de 2024, ficando estável em relação ao trimestre encerrado em junho de 2024 e registrando elevação de 3,7% na comparação com o mesmo período do ano anterior. Com aumento do rendimento médio e do total de ocupados ante o trimestre encerrado em setembro de 2023, a massa de rendimento real atingiu novo recorde da série (R$ 328 bilhões) e teve aumento de 7,2% (R$22 bilhões) nessa base de comparação. Em relação ao trimestre imediatamente anterior, não houve variação estatisticamente significativa.
Novamente os dados da Pnad Contínua reafirmam o aquecimento do mercado de trabalho brasileiro, com continuidade do aumento da ocupação puxado por empregados no setor privado com e sem carteira. Por mais que pelo lado positivo isso repercuta na continuidade do suporte ao consumo das famílias, por outro permanece aceso o alerta relacionado à inflação. Com aumentos reais nos salários, mas sem aumento de produtividade, e uma demanda agregada que se mantém, o repasse aos preços finais deve continuar pressionando a inflação – reforçando o cenário que, juntamente a expectativas desancoradas, tem exigido ajuste para cima na dose da política monetária, ou seja, aumento da Selic.
Fonte: Fecomércio-RS