February 3, 2025

Taxa de desocupação média de 2024 cai para mínima histórica

Taxa de desocupação média de 2024 cai para mínima histórica

Conforme a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), do IBGE, a taxa de desocupação média brasileira foi de 6,2% no trimestre encerrado em dezembro de 2024. Com o resultado, não apenas a taxa trimestral foi a menor da série histórica iniciada em 2012, mas também a taxa média anual, que com 6,6% ficou 1,2 p.p. abaixo da taxa anual de 2023 (7,8%). O resultado trimestral ficou estável em relação ao trimestre anterior (encerrado em set/24), quando a taxa de desocupação foi de 6,4%, e apresentou queda na comparação com o mesmo trimestre de 2023 (7,4%).

Os dados da Pnad contínua para o último trimestre estimam um contingente de 6,8 milhões de desocupados, estável em relação ao trimestre anterior e com queda de 15,6% na comparação com o mesmo trimestre de 2023. A população ocupada, por sua vez, foi estimada em 103,8 milhões de trabalhadores, e registrou crescimento tanto da comparação com o trimestre anterior quanto em relação ao trimestre encerrado em dez/23 (0,8% e 2,8%, respectivamente). A taxa de subutilização caiu novamente, alcançando 15,2% e totalizando 17,8 milhões de pessoas subutilizadas (a menor desde o trimestre encerrado em maio de 2015). A população desalentada recuou 12,3% na comparação com dez/23. Atualmente há 3,0 milhões de pessoas desalentadas no país. A taxa de informalidade também reduziu, passando de 39,1% no mesmo trimestre de 2023 para 38,6% no trimestre encerrado em dez/24.

Quanto ao rendimento real médio das pessoas ocupadas, de R$ 3.315 no último trimestre do ano, houve aumento tanto em relação ao trimestre encerrado em set/24 (1,4%) quanto com relação ao mesmo trimestre de 2023 (4,3%). Com o aumento do rendimento médio e do total de ocupados, a massa de rendimento real registrou aumento de 7,2% ante o trimestre encerrado em dezembro de 2023 e 2,1% em relação ao trimestre anterior.

Os resultados de dezembro confirmam o fechamento de um ano marcado pela robustez do mercado de trabalho, com o último trimestre fechando com recorde no total de ocupados e na massa real de rendimentos, evidenciando a importância da dinâmica do emprego como um dos principais motores da economia em 2024, suporte fundamental à expansão do consumo das famílias. Ainda assim, dois pontos têm de ser notados. O primeiro diz respeito ao fato de que, caso tivéssemos a taxa de participação anterior à pandemia (63,9% em 2019), teríamos fechado 2024 com uma taxa de desocupação em 8,3%, sinalizando que muito provavelmente a expansão e o reforço das políticas de transferência de renda têm afetado a decisão dos indivíduos em ofertar ou não trabalho, contribuindo para uma dinâmica mais apertada nesse mercado.

Outro ponto é que, observando-se isoladamente o dado de dezembro em relação a novembro, é possível identificar uma perda de fôlego na ocupação já no final do ano passado, em linha com um cenário esperado de acomodação do mercado de trabalho. Assim, por mais que não se projete um aumento expressivo na taxa de desocupação em 2025, a dinâmica mais fraca do emprego deve ficar evidente à medida que se maturam os efeitos da política monetária restritiva sobre a desaceleração da atividade econômica levando a uma expansão menor do consumo das famílias no ano corrente na comparação ao verificado em 2024.

Fonte: Fecomércio-RS

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