Varejo volta a crescer em setembro no Brasil e no RS
Conforme a Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), do IBGE, que investiga empresas varejistas com 20 pessoas ocupadas ou mais, o Varejo Restrito brasileiro teve aumento de 0,5% no volume de vendas em setembro em relação ao mês imediatamente anterior, na série que considera o ajuste sazonal. Com isso, e sendo resultado de quatro altas e quatro baixas nos seus segmentos, o nível da série histórica do Varejo Restrito voltou para o maior nível desde o início dos registros (jan/00). No mês de agosto de 2024, a PMC havia registrado baixa, que foi revisada de -0,3% para -0,2%.
Em termos interanuais também quatro atividades tiveram recuo e quatro alta, com o Varejo Restrito crescendo 2,1% (16ª taxa positiva) na comparação interanual e acumulando no ano aumento de 4,8% e em 12 meses de 3,9%. Nessa comparação, destaque para o crescimento de 16,3% da atividade de Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria. Entre os estados foram 22 unidades da federação a registrar aumento. O Varejo Ampliado, que inclui as atividades de Material de Construção e Veículos, Motos, Partes e Peças, e Atacado de Produtos Alimentícios, Bebidas e Fumo teve variação de 1,8% na comparação mensal e, em relação a setembro do ano anterior houve aumento de 3,9%. Com isso, o Varejo Ampliado acumulou alta de 4,5% no ano e de 3,8% em 12 meses.
No Rio Grande do Sul (RS), comparado ao mês anterior, o Varejo Restrito apresentou alta de 0,9% na série dessazonalizada, sucedendo uma queda de 0,6% em ago/24. Em relação ao mês de setembro do ano passado, houve aumento de 5,8%. Com o resultado do mês, o Varejo gaúcho acumulou aumento de 7,5% no ano e de 6,3% (acelerando em relação ao mês anterior) em 12 meses. Já no Varejo Ampliado gaúcho, foi registrada variação de 0,7% na margem. Em relação a setembro de 2023, as vendas aumentaram 11,2%. Dessa forma, o volume de vendas do Varejo Ampliado registrou alta de 7,9% no acumulado do ano e de 6,1% em 12 meses.
A alta de 5,8% no Varejo Restrito do Rio Grande do Sul na comparação com setembro de 2023 foi resultado de 6 altas e 2 baixas. Entre as altas, as atividades de Artigos Farmacêuticos e Perfumaria (15,2%), de Equipamentos e Materiais para Escritório, Informática e Comunicação (14,3%), Tecidos, Vestuário e Calçados (7,8%), Hipermercados, Supermercados, Prod. Alimentícios, Bebidas e Fumo (5,8%), Combustíveis e lubrificantes (4,3%), e outros artigos de uso pessoal e doméstico (2,1%). Já Móveis e eletrodomésticos apresentou queda de 4,4% e Livros, jornais, revistas e papelaria de -2,8%. No Varejo Ampliado, a atividade de Materiais de Construção variou 18,0% enquanto Veículos, Motos, Partes e Peças registraram alta de 21,7%. Por fim, o Atacado de Produtos Alimentícios, Bebidas e Fumo teve variação de 19,0% na comparação interanual.
Os dados de setembro mostraram crescimento do varejo restrito, tanto no Brasil quanto no RS, com recuperação da queda de agosto, recolocando o setor em seus maiores patamares históricos. Na comparação interanual, o crescimento se mantém, mas com desaceleração, também em ambos os casos. A magnitude do crescimento, no entanto, deixa evidente a dinâmica distinta do nosso estado, com crescimento de quase 6% ante o mesmo período de 2023, capturando o movimento da reconstrução e os impulsos adicionais de renda diante da tragédia. À frente, a continuidade dessa acomodação é esperada para varejo do RS, à medida em que se esgota gradativamente o impulso pós-tragédia, enquanto no Brasil já fica evidente a desaceleração que era esperada, com o varejo restrito no terceiro trimestre crescendo 0,3% sobre o trimestre anterior. Por mais que a perspectiva do mercado de trabalho aquecido se mantenha como fator positivo à sustentação do consumo das famílias, na ausência de novos impulsos fiscais, o efeito posterior da alta da Selic deve continuar limitando o crescimento do setor, que deve mostrar moderação sob níveis historicamente já elevados.
Fonte: Fecomércio-RS